Este
fim-de-semana ficou marcado pela exibição desta frase junto de Grupos
de adeptos, em diversos estádios nacionais. De Norte a Sul, na Primeira
Liga ou nos escalões secundários vários foram os Grupos que, cansados da
forma repressiva e abusiva como são tratados, decidiram assim
demonstrar o seu protesto contra esta dualidade de critérios, no
julgamento de situações idênticas.
Qualquer
adepto de futebol que seja detectado com um objecto pirotécnico dentro
de um estádio de futebol, ou em qualquer manifestação associada a um
evento desportivo, sendo detido pelas autoridades, é alvo de processo
judicial, proibição de frequentar recintos desportivos e uma multa nunca
inferior a 2000€ (Dois Mil Euros).
Curioso
o facto, de nesta mesma semana, todo o país ter tido a oportunidade de
assistir à utilização desse mesmo tipo de material pirotécnico, por
parte de quem normalmente, nos persegue e tenta dar cabo da vida pela
utilização de tais artefactos para apenas e só se fazer a festa numa
bancada de um qualquer estádio.
"PERSEGUE"
porque vários tem sido os casos que chegam a tribunal e que acabam em
condenação de pessoas inocentes, que não foram elas que usaram
pirotecnia. São varias vezes "apontados" arbitrária e "aleatoriamente"
para crimes alegadamente cometidos, onde a única prova é a palavra da
policia contra a palavra do réu e das suas testemunhas.
"DAR
CABO DA VIDA" porque no estado social que Portugal atravessa, poucas
são as pessoas com capacidade para pagar uma coima de Dois Mil Euros,
sem que isso não os deixe numa posição financeira ainda mais
fragilizada.
Não
pomos em causa a legitimidade e o direito à manifestação das forças de
ordem. O que pomos em causa são as leis repressivas e discriminatórias
aplicadas a um cidadão quando veste a pele de adepto de Futebol.
Como
é possível numa democracia existir uma lei agravada para um possível
crime se o mesmo for praticado associado ao desporto? Como é possível as
sanções aplicadas serem por vezes superiores a qualquer sanção aplicada
a nível de crimes financeiros e até a suspeitas de pedofilia?
As
acções deste fim de semana, foram imediatamente reprimidas, havendo
carga policial em Braga, e proibição de entrada da frase em Vila do
Conde, Estádio do Dragão, Estádio Da Luz, Setúbal e Paços de Ferreira,
alem de outras situações de ameaças, perpetradas por quem nos deveria
proteger, inadmissíveis numa sociedade livre onde supostamente impera a
democracia, a liberdade de expressão e o direito à manifestação. De
realçar que as frases não tinham nada de ilegal ou ofensivo, que levasse
a que estas situações ocorressem.
Nas
próximas jornadas, as retaliações serão inevitáveis. As habituais
proibições de entrada de bandeiras e faixas nos Estádios. As
perseguições pessoais, nas residências e nos locais de trabalho vão
prosseguir. De qualquer das formas, esta forma de luta foi necessária e
legitima, prova disso é a união de cores rivais em prol de um bem comum.
Esta forma de luta foi, quem sabe, a primeira de muitas em prol de um
futebol popular onde o desporto seja o mote principal.
PIROTECNIA NÃO É CRIME. NEM AQUI NEM NA ASSEMBLEIA.
FUTEBOL POPULAR... DE VOLTA ÀS ORIGENS, CONTRA A INDUSTRIALIZAÇÃO E A REPRESSÃO!
A Comissão Organizadora da Associação de Adeptos de Portugal
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